fevereiro 28, 2010

Aguarela.Quarela

Vejo em aguarela.
Os meus míopes olhos esforçam-se por ver através do vidro repleto de gotas que se abraçam para combater o frio externo.
Teimam em não ser neve.
A água estende-se quase até beijar o horizonte. Uma ilha divaga naufraga contemplada pela multidão de pinheiros circundantes.
Uns dedos tamborilam sobre o tampo da calma mesa dum café...
Um coração dá um pequeno baque instintivo, estende a mão...
O céu lava mágoas, começa lento, agora a chuva bate forte no vidro...
E neste frio chuvoso movido a ventos cortantes, a poetisa, que se acalma com dedos a tamborilarem-lhe a mão, que se acalma a bater tabaco, entoa o seguinte pranto:
"Talvez...
Talvez, um dia, grita a pequena que se sente desamparada.
Talvez...
Talvez, um dia, o sol gire em torno da terra e não o contrário.
Talvez um dia...
Talvez...
Eu te beije de surpresa...
Um dia,
Talvez...
Tu me queiras...
Talvez...
Um dia eu possa correr livre por um prado arcoírico de cravos desabrochados...
Um dia...
Quem sabe...
Talvez..."

Borrega
(04/02/2010)

Créditos:
Inspiração e paz: Alvão
Imagem: daqui

A ir? A ir é já!

Já...
Uma cascata congelada numa noite gelada.
Já...
Aquela lua descomunal, dum laranja quase irreal.
Já...
Noites ao som do rio, do coaxar e do teu cheiro familiar.
Já...
A ir?
A ir é já!
Correr pela noite direito ao mar.
Já...
Os ramos duma árvore para eu escalar.
Já...
Um colo quente para me abrigar.
A ir?
A ir é já!

Borrega
(18/02/2010)

Créditos:
Titulo: by Lau
Música: Incubus
Imagem: daqui

fevereiro 20, 2010

Miope


Paisagem desfocada
Menina vidrada
Olhar baço, tremido
Indefinido

Miope estigmática

Foca o triplo das vezes
A mesma coisa estática.
Triste[za], "ceg[ueir]a"!
Passos pautados em direcção a um mundo negro...
Estagnado.
Pára, encara como quem julga...
Contudo não...
Apenas foca e refoca, tenta ver
Quem és tu que chegas e sorris,
De quem são esses passos pueris.

Paisagem desfocada
Menina vidrada
Olhar baço, tremido
Indefinido

Miope estigmática!

Borrega

P.S.- Ao aumento da minha miopia e do meu estigmatismo e, consequentemente, da minha graduação... XD

[The] Door[s]

"Strange days have found us..."


Vou fechar a porta, que está a fazer corrente d'ar. Os pés gelam-me durante a noite e tenho calafrios que me tolhem a espinha.
Então é isso: vou fechar a porta.
A porta é tão bela, cheira a uma agridoce melancolia. É feita de madeira de chorão, um que à beira rio carpia.
Não consigo fechá-la...
Deixo-a entreaberta, que hoje até está um solzinho ameno.
(A verdade é que agora que estou com a maçaneta segura entre os meus ded[inh]os cerrados, faltou-me a vontade de a fechar.)
Fecha-a tu...
Qu'eu [ainda não] quero.
Vou buscar um cobertor, para quando o sol se for.
Se chegares, quer entres, quer vás embora, bate a porta.
Qu'eu [ainda não] quero.

"Strange days have tracked us down."


Borrega

Mental note: "People are strange, when you're a stranger"

Créditos:
Música: The Doors - "Strange Days" and "People are strange"
Imagem: daqui

fevereiro 19, 2010

Odisseia#4


«Eu perguntei "porquê" apenas porque acho mais fácil falares o que te vai aí dentro...»

Menina-mulher, Oriana, em infindável campo de cravos... silvas, urtigas... lírios e orquídeas... altos e baixos.

Oriana...

Borrega

Créditos:
Imagem: todos os direitos reservados

In[sist]ê[ncia]s

Insiste em ser feliz!
Entra, saltitante boneca reluzente
Cumprimenta toda a gente,
De sorriso e alegria na mão.
Há quem diga que é em vão...
... Mas não!
Porque está viva e recomenda-se
Porque ela aprende e emenda-se.
Insiste
Resiste
Desiste!
[Re]Insiste.
Boneca de pano de simples complexidade retalhada
Talhada por cicatrizes...
... [In]Felizes!
[In]Feliz!
Petiz saltitante, sorri!
Que sabem eles de ti?
Nada!
Essa multidão alienada só vê o pacote, não vê as bolachas.
Então és boneca de pano retalhada
Só te vê a fachada, essa multidão enganada.
Pequena feliz...
Negando-se a adulta infeliz...
Dói, cada golpe, cada ferida...
Mesmo assim, abençoa o dia em que foi parida.
Insiste em ser feliz!
Crente
Criança contente
Pega nos pretéritos e no presente, rascunha um futuro de'mente.
Insiste
Resiste
Desiste!
[Re]Insiste.
Humana...
[Des]Igual...
Parecida...
Viva!

Borrega

P.S.-Mundo, porque me pegaste o vicio dos []...
Um abraço, aquele abraço.

fevereiro 18, 2010

Back from the [semi]deads...


O meu pc foi ressuscitado pelo Oscar!!!!!!!!! [Thanks!]

Finally...

Muito Naruto, Vampire Diaries, and etc... to catch up... and some post's to make!


Borrega

fevereiro 07, 2010

Esse sorriso de míudo .

Olha para ti de sorriso maroto, covinha na bochecha, charme de trapalhão e olhar curioso.

E olha como vens, corado e afogueado, correndo para mim, de telemóvel na mão.

Oh rapaz, como vens enganado! Mas anima-te, ‘home’! enquanto estiveres aqui mantenho-te alegre e iludido!

Ainda bem que não vês o meu olhar quando pegas no telemóvel. De semblante preocupado viro-me de costas para ti, tanto que quando dás por mim, o sorriso ligeiro está de volta.

E quando te vais embora, despeço-me esperando que o teu telemóvel toque.

Olha para ti agora! Não eras assim quando te conheci. Não eras assim quando vieste.



Pulga

[Jensen Ackles 'cedido' pela Borrega]


A menina que roubava cravos

Cravo...
Dá-me um cravo...
Cravos,
Tenho-os no Coração plantados.
Cravos, um cravo sendo desfolhado...
É assim minh'Alma: um manto de pétalas rendilhadas, de pétalas matizadas.
Um cravo, cravos, são pregos revolucionários...
Cravo é mulher delicada disfarçada de guerreiro armado.
Cravo, flor da paixão
Flor que pulsa como um coração...
Um coração esfaimado, que tem fome.
O meu Coração tem fome: Dá-me um cravo...
Mãos tremem por medos [des]motivados,
O peito uiva em latido chorado...
Cravos, são lábios beijados
Cravos...
Colcha de amantes com os corpos colados, abraçados.
Dá-me cravos, um mar deles.
Minha Consciência e meu Coração já são caravelas de minh'Alma,
Aumenta-lhes o oceano d'ondas floridas.
Chega perto, sente o aroma do meu colo...
Sabes a que cheira?
Cravos, aroma que dá vontade de beijar, de cuidar.
Cravos, um cravo, são só cravos...
Menina de passo ligeiro, trava-o
É [um]a essência que a prende pelas narinas, acariciando-lhe a Alma...
Encara-os, aos molhos, implorando para serem levados.
Mão ligeira, faces rosadas, peito ofega de tão tamborilante
Pega num e beija os outros em despedida
Rouba o[s] cravo[s].
Cravos...
Um cravo...
Milhentos cravos...
Gaziliões de cravos na su'Alma plantados.
Cravos
Plos meus lábios beijados.

Já te disse o que é o amor?
São cravos. Cravos!!!!


Borrega

P.S. - Lau, não de sempre, mas, certamente, Para Sempre...

Créditos:
Música:
REM - "Everybody Hurts"
Imagem: daqui

fevereiro 04, 2010

Don't call me...

"How can I try to explain cause when I do he turns away again
And it's always been the same same old story
From the moment I could talk I was ordered to listen

Now there's a way and I know that I have to go away"



« Que merda!
Só me apetece berrar...
Como raio te atreveste?
Como raio me atrevi... Eu, a besta do costume, subtil como o elefante que sou, falo da boca para fora, sou baixa, reles mesmo, miro-te o ego, magoo-te os sentimentos que sei meus.
Mas como, como não vês por trás a verdadeira intenção, a mão estendida, do meu jeito espinhoso. Tu sempre viste o cravo por trás das silvas e urtigas que pus em redor... Tu conheces-me! Eu sou cabeça quente, sou, tu sabes, como a mãe.
Não devia ter posto aquele tom, devia ter pensado mais... Devia...
Estou a chorar sobre o leite derramado. Foda-se!
Tu também não pegaste leve. Sabes bem que, nem que subas a voz apenas meia oitava, eu choro...
Contudo, fingi, mantive o tom firme, decidido, de mimada, egoísta, que guardo para regar as urtigas e as silvas. Ao telefone fica fácil. Tal como, ao principio da conversa, fingi que aquele "O pai gosta de ti." não me tinha derretido, tocado a alma, dando-lhe colo e abrigo.
Caramba pai!
Só queria voltar a ser aquela menina pequenina que te corria para o colo, que tu erguias no ar e abraçavas. Depois eu sorria de alma cheia, dava-te um beijo "à esquimó" e apertava-te os lóbulos das orelhas. Sempre adorei senti-los frios nos meus pueris dedos quentes!
Oh pai...
Detesto este meu orgulho de merda!
Pai... Também tenho saudades, também te amo...
Desculpa...»

Oriana está sentada sobre o tampo fechado da sanita, barricada no cubiclo do seu wc...
Esta é mais uma carta para a sua caixa...

"Don't call me daughter, not fit to
The pictures capeted will remind me"

Oriana...

Borrega
(25/01/2010)

Créditos:
Música:
Johnny Cash and Rosey Nix - "Father and Daughter"
Pearl Jam - "Daughter
Imagem: Johnny Depp

fevereiro 03, 2010


There is this girl, you know... Her name is Oriana...
She looks like Christmas morning!
Her scent is like Spring,
Her body feels like Summer,
Her eyes are warm like Fall's afternoon
And her strength is like cold Winter.
There is this girl, you know...

Oriana...


Borrega

Pegada: a sequela xD

Ora então aqui estamos nós para a sequela...
Então estava eu (Borrega) no msn com o Swadharma (a quem agradecemos:D) e ocorre a seguinte conversa:

B: olha é verdade
vou reclamar (loooool)
S: então?
B: foi o que disseste no teu último post
se te tivesses esquecido de alguém para reclamar xD
S: por acaso há lá um espaço livre :P
B: lol
only if we deserve it
:)
S: deserve pois:)

Conclusão, eu sou descaradamente fofa, tal como a Pulga!
O que achamos deste selo...
Oras, achamos que foi muito bem reclamado (:P), pois mais fofo que nós é difícil (loool). Achamos que ele é um fofo XD
Conclusão, isto é tudo super fofo!!!

Fofinhos como nós:
1. De repente já nos 20
2. Almareios de Onteontem
3. 1st Hand Serenade
4. Parrots and Lions
5. Coração em Demasia
6. [almost] me
7. Tentadora Maresia
8. Em busca da realidade
9. Amendoins & Coca-Cola
10. Mais-Que-[Im]Perfeita

Nota:
As regras deste selinho são as seguintes:
1. Oferecer a 10 blogs
2. Avisar os indicados
3. Dizer o que achou do selo
4. A pessoa que receber o selo deve deixar um comentário à pessoa que passou

Aviso:
Qualquer repetição ou incoerência é fruto de directas consecutivas.

Pulga e Borrega

fevereiro 01, 2010

BedTimeStories#1

"It's all so 'rah rah go team, yeaah' !"
(Damon Salvatore, in "Friday Night Bites")



Ora estava eu, muito descansada (como sempre), na minha cama quando...
Espera ai!
Vamos localizar: a minha caminha situa-se em Vila Real, na residência Além Rio, no bloco B, no piso 2, no quarto 25 e fica "cabeça com cabeça" com a cama duma louca tresloucada e intermitentemente disléxica, aka Pulga!
Então às 4 da manhã eu estou, finalmente!, metida na cama e esse ser está em soutien, calções laranja às risquinhas, meia direita puxada acima do joelho, meia esquerda abaixo do joelho (verdes :S) e diz: "Vou jogar futebol!"...

Deus me salve!


Borrega


P.S. - A dislexia paga... Perdão! Pega-se!