junho 27, 2010

Abate


Abateu.
Por vezes volta, aquele vazio, aquela memória saudosa.
Volta, aliás tenta [re]volver.
Mas não a deixo, porque já comecei a lavrar a terra, já (re)iniciei a plantação...
Não será o teu caos, anjo infernal, que abaterá o meu jardim babilónico [...]
Abateu, não é o termo correcto:
Descaiu.
Acontece e, quando acontece, sabes que se faz?
Aduba-se a terra, cura-se as pragas.

(farinha do mesmo saco)





Borrega
(18/02/2010)

P.S.- não és tu que voltas, mas sim os dilemas que enfrentei e aí, revejo as conclusões, revejo as aprendizagens.

junho 26, 2010

Little Microscopic Shit, Big [Huge?] Damages...

(lmsbhd)


(Nova "coleira" e porquê?)

Nas férias da Páscoa resolvi organizar as folhas soltas em que rabisco e passar para um caderno específico textos antigos.
E nas folhas soltas me perdi, a mim e a umas quantas lágrimas matreiras, em alguns rabiscos esquecidos de tempos perdidos. Tempos que provocaram alterações em mim...
Das primeiras coisas que me veio à cabeça foi: "Little Microscopic Shit, Big Huge Damages"!
E assim será: nesta coleira vão ficar esses sacaninhas que me arrancaram uns suspiritos e umas lagrimitas e, a partir de agora, juntar-se-ão a eles todos os que forem farinha do mesmo saco...

Borrega

ALERTA: escrita possivelmente mais confusa que o costume!

junho 23, 2010

A escrita da pequena .



Já não escreve há tanto tempo que hoje tem medo de pegar na caneta. Já não escreve há tanto tempo mas hoje as palavras fluem-lhe da caneta.

Relembra textos que a fazem rir. Memórias que já não são tão más como o futuro que se avizinha.

Ó pequena, ganha tacto! Que o futuro avizinha-se tão mau como o passado! São apenas humores.

E ela embrenha-se nas palavras. Já não vale a pena lhe falar que há muito que ela se perdeu, e não tem intenções de voltar.




Where loneliness is history

Told to pack his shit and leave

Blue October – Drilled a Wire Through My Cheek


Pulga

Imagem cedida pela Borrega

junho 21, 2010

Tocar d'alma

O piano está sozinho, encostado no canto escuro do palco. Ninguém o toca, ninguém o [en]canta. Então lá está ele no seu [desen]canto.
A menina está sozinha, encostada a uma árvore, num canto abrigado das luzes do parque. Ninguém a chama, ninguém lhe canta e ela, ela desencanta...
Ela não sabe tocar o piano, não sozinha. Lembra-se quando era pequena e o avô lhe punha os pés em cima dos dele e andavam... Da sua pequena mão em torno do indicador calejado do seu pai...
O piano chora num canto o desencanto da pequena que não toca nem [en]canta.


"Não vem ninguém pôr os meus pés sobre os seus para me ajudar a andar e eu estou a precisar... a precisar que se sentem ao piano comigo, me peguem nas mãos e me ensinem a tocar, a tocar a dois...
Traz a guitarra, preciso duma alma nova...
Traz a guitarra!"






Descai ao longo do tronco em que está encostada, enquanto desabafa ao parque que está a amanhecer.

"Ninguém veio...
Não veio ninguém..."
A guitarra...

... [será que] vai chegar [?]!

Borrega

P.S.- "This is a dedicatory song": Eliana...

junho 19, 2010

Elásticos

Olha-lhe os pulsos pequenos, franzinos.
Olha-lhe os pulsos quando traz o cabelo solto, quando traz os caracóis ao vento, quando os traz a mirar o mundo, a mirar o tempo.
Oriana traz histórias no pulso.
Olhas e lá estará, um simples elástico castanho. Tempos houveram que era laranja, tempos houveram em que era vermelho... Tempos houveram ainda em que o elástico que trazia lhe parecia gigante tendo em conta o seu pequeno tamanho.
Oriana está sentada à janela, ora olha o horizonte, ora espelha-se nela.
Chora...
Chora...
Chora!
Soluça... Treme, tem frio, vem-lhe de dentro. Tem medo...
Respira fundo, em tentativa de se recompor...
Espelha o pulso na janela, afaga o elástico castanho que traz nele.

"- Porque raio voltaste agora, porque raio vens de noite quando durmo e me amas, me sorris e me abraças??
Deixa-me! Vai-te embora!

Porque quando te dei o elástico laranja, naquela hora, pus nele o coração, levaste-o no teu pulso, na tua mão...

Comprei então um vermelho, que não podia ter o pulso vazio e o cabelo sempre solto, revolto que estava por me teres posto o peito descomposto.

Vermelho...

Paixão...

Loucura...

Solidão...

Foste então embora, ficaste com o elástico laranja, é incontestavelmente teu.

Tirei o vermelho, pu-lo junto de tudo teu que pude arrumar, está lá no fundo do roupeiro, lá ficará.

Aí chegou ela, aliás chegou ainda mais perto, que ela esteve sempre lá!

Apanhou-me o cabelo, que lágrimas escorria, com este castanho que é tudo o que tenho para
abraçar.
Abraça-me tu. Levanta-me tu.

Só tu és mesmo minha, só tu estarás sempre lá...

Não és de sangue, mas de direito, o direito que a vida que és me dá.

Sabes, nunca devia ter perdido aquele elástico aos quadrados franzido, presente tão grande apesar de pequenino, que num dia da criança a minha mãe ao pulso me veio colocar...

Vou arranjar um, sabes? Vou junta-lo ao teu, para ter mais forças para acreditar."








Oriana espelha o elástico na janela e fala para o ar.
Já não chora, já parou de chorar.

Oriana...


Borrega

P.S.- I love you
"Gosto do teu cheiro... É o cheiro que me diz que tenho para onde voltar..."
"This is a dedicatory song"

Créditos:
Imagem:
Borrega@todos os direitos reservados

junho 17, 2010

Põe-me o xaile aos ombros

Põe-me o xaile aos ombros...
Porque só sou completa quando te amo.
A ti, vulto que vais e que vens...
A ti, quem és? D'onde vens?

Porque hoje quero pôr o meu vestido cinza, ser levada pela mão, qual menina...
Vem buscar-me vulto adorado e trás o xaile.
Põe-mo pelos ombros, espera-nos o fado.
Espera-nos o fado, na dorida voz da fadista.


Onde estás vulto adorado, que meu braço deixas abandonado?
Nem a fadista, que chora a saudade no canto, é solista, pois pelos braços trás as guitarras.

Hoje atira-me uma pedra à janela, qu'eu desço de vestido e tu...
... Tu pões-me o xaile aos ombros, dás-me o braço ao meu prometido e levas-me aos fados!

"Leva-me aos fados
Onde eu sossego
As desventuras do amor a que me entrego
Leva-me aos fados
Que eu vou perder-me
Nas velhas quadras
Que parecem conhecer-me"

Borrega

Créditos:
Música:
Ana Moura - "Leva-me aos fados"

junho 16, 2010

Tenham medo... tenham muito ME-DO!

"Ui, que ele joga Playstation, domina buracos e escacha bem!"

Tenham medo porque eu hoje estou tolinha de todo e ainda digo menos coisas de jeito do que é costume. Pior, apeteceu-me postar...
Eu quero ir ao Rock in Valeta!!!!!!!!!!!! Eu quero Pé Cagado Som Sistema!!!!!!

Saudações e Cumprimentos alucinados

Borrega

Créditos:
Música:
Pé Cagado Som Sistema - "Ganda Pêxe"


P.S.- A parvoíce no meu caso é crónica... Não esperem que me passe!
Ahhhh, a Pulga foi contra este post!

junho 13, 2010

Partidas e Chegadas

Hoje chego pelas nove.
Detesto chegar pelas nove...
... Que o mê coração ainda lembra as ânsias por ver um vulto terno à espera.
Detesto chegar pelas nove...
... Que me lembra a dor das novenas que chorei por noites a fio, noites que corria de fio a pavio sem encontrar vulto que me quedasse a alma, sem sentir paz no coração.
Detesto chegar pelas nove...
... Que tenho sempre medo de deixar as lágrimas banhar o chão.

Estou no autocarro, que hoje chego pelas nove!

Borrega

Créditos:
Imagem: daqui

junho 09, 2010

Muralhas



Atendes-me sempre o telemóvel à primeira. Se não podes, ligas-me depois.


Fazes aquela cara de cachorro abandonado quando me vês em baixo, aquela que já não consigo disfarçar à tua frente, mas já aprendeste a não pressionar. Mas não esqueces. Isso nunca, e então o mais rápido que consegues, perguntas-me: ‘Que se passou?


Nada’ já não te entranha e ‘Deixa p’ra lá’ já foi deixado de lado há muito tempo.


Um dia, quando for o ‘adeus’, vou-te dar um puxão na mão apenas para ficares à minha altura e nessa altura sussurrarei, só para tu ouvires: ‘Sempre viste através das minhas muralhas ou era só quando estavas mais preocupado?

Pulga

junho 06, 2010

White Dress

"Hey little sister what have you done"

Uma tola corre apressada pela margem, mãos no peito como se o coração lhe fosse fugir.
É um dia quente, neste Agosto incandescente, é indecente deixa-la assim, pomba branca, correndo apressada neste tempo dissolvente. Ainda vira tocha humana, o seu rosto já é brasa incandescente.
Estanca exausta, flecte os joelhos, verga o tronco que lhe pesa 100Kg pela angústia:
- Vem aí trovoada, as águas estão agitadas.
Um relampejo realiza-lhe a premonição e uma onda apaga-lhe a brasa do rosto e o rubor do peito.
Volta a correr...
O calor continua, a trovoada apregoa-se, as ondas agitam-se e ela vai-se desviando das investidas.
Vestido encharcado.
Ritmo acelerado.
Tem de lá chegar...
Tem de lá chegar antes das nuvens que ameaçam abafar a vermelha esfera incandescente.
Desvia-se de mais outra onda revolta, mão aperta-a no bolso.
A ponte!
Saca da máquina...
Já está...
O pôr-do-sol em Agosto...

"Cantei o meu amor ao vento
Porque sentia saudades
Saudades do meu lugar
Do primeiro amor da vida
Desse instante aproximar

Os campos do meu lugar
À chegada e à partida"


Oriana e as parábolas da su'Alma aluada

Oriana...

Borrega

P.S.- para ti que me "praxaste"
Love ya sis'

Notinha: Numa destas noites deu-se-me uma saudade gostosa, lembrança bonita que me assaltou.

Créditos:
Música:
Billy Idol - "White Wedding"
Donna Maria - "Pomba Branca"
Imagem: daqui

Motto:


Pulga e Borrega

junho 03, 2010

I will "process" you!!!


Só para quem não sabe...

...a Pulga escreveu um texto para aqui :D




[Orgulho de irmã :')]


Borrega

Créditos:
Imagem:
daqui

junho 02, 2010

Escreve, miúda


A mão em cima do peito dela e ela deixa. Não há-de acontecer nada. Inocente.

Bebeu tanto, ou tão pouco, que está dormente. E então larga a mão dele. Ele toma isso como incentivo e a mão já está debaixo do sutiã. Oh rapaz! Já estás a exagerar!

Assim que se vira para o enfrentar, ele beija-a.

Merda. Assim as coisas já não parecem tão más. Culpa a bebedeira apesar de não estar bêbeda e deixa-se levar pelo rapaz que lhe sussurra ao ouvido.

E na manhã seguinte, quando te sentires mal porque a cabeça pesa: Escreve, miúda, escreve.


Pulga

junho 01, 2010

'A moment on the lips, Forever on the hips'

‘Vervain on the necklace’*


O Zoo.Lógico está de volta ! Para marcar o importante dia que hoje se celebrou, fizemos um jantar deveras especial.



Qual cigarette and chocolate milk ? Vienneta clássica, morangos e chá* !!

FELIZ DIA DA CRIANÇA

* Chá de verbena é sem dúvida um dos melhores! :)


Foto Pulga ©Todos os direitos reservados

Citações Joey Tribiani - Friends

Damon - The Vampire Diaries

Rufus Wainwright – Cigarettes and Chocolate Milk


Pulga e Borrega