janeiro 28, 2012

Serious issues









Em jeito de resposta a este post da greeneyes

Pulga & Borrega

janeiro 23, 2012

Quando estou na solidão do meu canto, constipada até mais não, e olho as caixas de medicação dá-me medo. Medo daquela voz cá dentro que me diz «Toma-os todos e poderás descansar.».
É que a voz é tão alta que me apetece tomá-los só para a calar ...


Borrega

Créditos:
Imagem: daqui

janeiro 19, 2012

3



Ainda vamos a tempo de dizer 'Parabéns' a este nosso cantinho.



Pulga & Borrega

janeiro 15, 2012

Trocas & Baldrocas

Por vezes olho-te, na tua enorme pequenez, e penso que gostava que Deus me tivesse feito homem. Aliás Homem !
Gostava que Ele me tivesse, de igual forma, posto no teu caminho e que, qual mangá, após ficarmos melhores amigos, eu te tomasse nos braços, te olhasse nos olhos e te confessasse que te amava.
Sabes porquê?
Porque te olho, graciosamente pequena, e sinto que tu mereces alguém que te Ame, como eu Amo, mas que seja um Homem. E, por te Amar assim perdidamente e te ter visto desmoronar, nem sempre me apetece esperar que Ele mande Alguém para ti.
Quão lésbica devo soar ?!
Mas é a verdade.
Não porque te Amo carnalmente, mas simplesmente porque te Amo, gostava de ser o Homem para ti.
Não sou e Ele lá sabe o que faz. Então estou simplesmente aqui e vou caminhando neste nosso caminho entrançado.

"aparece uma fada
e como por magia
agita uma varinha
e transforma a noite em dia"

Borrega

Créditos:
Música: Boitezuleika - "Cão Muito Mau"
Imagem: daqui
P.S. - what about, one day, we take a picture like this?


janeiro 13, 2012

de mortos e vivos

- Alguma vez beijaste um morto?
- Porquê?
- Porque, volta e meia, tens os olhos vagos e os teus lábios gelados. Já beijaste um morto?
- Já.

[#Há um silêncio de estupefacção, que é rasgado por um suspiro dorido.#]

- Já beijei um morto e dos piores que se pode beijar, um que estava vivo. Quando tomas um corpo quente em teus braços e ele fica em rigor mortis... Quando lhe olhas nos olhos reactivos e ao cruzar com os teus eles vagam... Quando teus lábios tocam o desse corpo e nada acontece.
- É por isso que tens ar de viúva?
- Tu és directa, não és?
É.
E sabes do que tenho mais medo?
- Do quê?
- De que, daqui a muitos anos, quando a libertadora demência da idade chegar, eu grite pelo nome desse morto. Já que agora o recalco nos confins de mim.
E sabes qual é o mal de beijares um 'morto-vivo'?
Por muitos lábios que adocem os teus depois, e por muito que gostes desses lábios, vais sempre querer beijar aqueles lábios de gelo até que eles ganhem vida.

Borrega

janeiro 07, 2012

4. Dark Side on The Corner

Sentada no escuro, agarra o peluche. Para ela, o amanhã não existe. É apenas o hoje repetido. Só ela e o peluche. Porque o peluche a aquece, porque o peluche a olha da maneira que ele a olhava. Com mel nos olhos antes de a beijar, antes de se deitar ao lado dela, e passar-lhe a mão no cabelo, antes de lhe agarrar na mão enquanto exibia orgulhosamente nos passeios com os amigos. Tem saudades disso tudo. Tem saudades de ter saudades, da ansiedade de voltar para ele. Aperta o peluche enquanto as lágrimas lhe vêm aos olhos. Nalgum ponto da sua curta história confundiu saudades com depressão e agora não consegue sair do canto. 
A mãe bate à porta: 'Tens de comer, pequena.'
Pois tem de comer. E o que não percebe é que quando ela a deixou na berma da estrada, ela não chorou, ela comeu, e agora... Agora está a chorar que nem parva agarrada ao seu peluche de estimação, aquele que não teve coragem de lhe devolver juntamente com as outras prendas. E se alguém pergunta porque não, ela reponde sem sorriso, só lágrimas que é o que lhe resta do coração.
Depressão.

Pulga