dezembro 08, 2011

Havia uma menina de saia vermelha e sabrinas brancas e havia uma tenda circense goliacamente arcoírica.
A menina tinha nascido duma arrebatadora paixão do homem bala pela trapezista equilibrista. E, em pequena, a mulher barbuda oferecera-lhe um jogo de facas.
Mas era por demais desastrada, cortando-se  de incontáveis vezes e maneiras. Os pais, preocupados com o xaile de cicatrizes que ela já tinha, rogaram-lhe por tudo que mudasse de arte. Ao que ela, numa agridoce simplicidade, lhes replicou:
- Deste xaile que me pesa aos ombros mais são as malhas tecidas por outros que pontos dados por mim. Mudar de arte, meus pais, só se criarem um número de engolir sapos, pois já quase não choro ao fazê-lo.
Colocando, a cada, um beijo na testa, rodou a saia vermelha na ponta das sabrinas brancas. Saiu da gigantesca tenda arcoírica e encarou o monocromático mundo que reinava fora desta.
- Adeus meus pais, vou antes plantar saudade, vou plantar cravos.



Borrega

dezembro 01, 2011




- Onde estás?
- Onde tu não chegas para me agarrar.

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