No passado fim de semana estive de serviço. Os fins de semana são suposto ser dias calmos, pois não há a azáfama das chamadas para visitas médicas ou de outros serviços.
As chamadas GP Practices (basicamente os médicos de família) estão fechados, para qualquer atenção médica, que não seja digna duma chamada ao 999 (equivalente britânico do 112) deve-se contactar o serviço de Out of Hours GPs (médicos de clínica geral de plantão, para a região em fim de semanas, noites, feriados e que tais).
Ora, este fim de semana, tive de contactá-los para dois pacientes. Quando os dois médicos chegaram lá se fez a examinação dos doentes e se solucionou as situações. Ao irem embora, um deles vira-se para mim e pergunta "És portuguesa, não és?".
Isto espantou-me por um motivo simples, neste ano e três meses que cá estou, a pergunta é sempre "És italiana? Espanhola?", mas nunca portuguesa.
Com o orgulho que tenho de ser portuguesa, respondi: "Sim, porquê?"
"Pela eficiência com que apresentaste os casos e falaste dos pacientes só podias ser portuguesa. Temos agora dois novos portugueses nas urgências, eles também são assim. A vossa formação é muito boa comparada à formação inglesa."
Poderia prosseguir e achincalhar os meus semelhantes (em titulo apenas), mas não o farei (muito!). Contudo, deve ser grande dor de cotovelo, isto é, se eles tiverem capacidade para discernir o abismo entre eles e nós. Ridiculamente fracos, incompletos e dependentes na sua limitadíssima prática. Eu teria vergonha se os meus próprios médicos preferissem enfermeiros de formação estrangeira.
Pret à Mangê, Leicester
18 'hourish', 22/10/2013
Bossy Boots
[Borrega]
[Borrega]
0 rugidos:
Enviar um comentário