Oriana está a ser ditatorial consigo mesma e sabe disso.
Não são os mexericos nos corredores que a constrangem, mas sim a vergonha que tem de si mesma neste momento.
- Por um momento quis não ser tão consciente, quis não ser tão eu... Fiz merda!
- Oriana...
- Não adianta, não vai ser com palmadinhas na cabeça que isto vai lá. Mandei às urtigas as coisas em que acredito. Magoei-me a mim mesma... Burra de merda! Infantil! Imatura!
- Oriana, já foi... Já passou.
- Dói...
- Está viva, é óbvio que dói. Tu auto-retalhaste-te!
A Consciência assume agora um tom ainda mais severo que o dela.
- Porque raio fiz merda?
- Tu sabes. Estava a doer, mas não o suficiente. Agora é agoniante, tira-te o sono, sentes-te uma merda, recuperarás melhor. - Hesita. - Espero...
Este erro não muda a pessoa que és, vai-te sim fortalecer.
- Não me sei perdoar.
- Pode ser que desta aprendas a fazê-lo, era importante sabes?!
- Olho para trás e não me reconheço naquilo, não me revejo.
- Obviamente que não trenga. Querias ser alguém que não és, por momentos foste... Foi uma merda e sentes-te uma merda porque tu estás bem como és! Now move on! Aprende com isto e não tenhas medo de pedir ajuda...
Oriana suspira, com a mão sobre o peito afligido...
- Fiz merda! - suspira - Paciência, isto quer é dias passados.
Oriana...
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(01/03/2010)
(01/03/2010)
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