outubro 10, 2010

Inocência

Naquele dia, era o perfume da nostalgia que lhe ajeitava os caracóis e lhe comprimia o peito.
Chegou perto dele que, por entre a confusão do jantar, estava sentado à mesa e disse-lhe:


- Lembraste? Há dois anos meteste-me em cima do balcão. Eu não sabia que quem estava em cima do balcão tinha de tirar a roupa. Era tão inocente.


Ele tem aquele sorriso maroto mas complacente espelhado no rosto. Diz-lhe calmamente:

- Tu ainda és.

Naquele momento ele tirou-lhe, nem que por breves instantes, o peso que lhe oprimia o sorriso.

Obrigado.

Borrega

P.S.- "This is a dedicatory song": Tiago

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