janeiro 10, 2011

Carta#2

[Letters: #7, #12, #13, #14, #19, #20, #28]


Sozinha, uma brasa finda-se em fumo, tal como todas as que a rodeiam se esfumam no centro da minha lareira, agora apenas de cinzas.
Esfumam-se como as memórias que tenho da dor, do abandono, da paixão, do amor, de ti, de mim, de nós. É tudo um fumo difuso que se mistura nos meus olhos quando estes se ausentam desta realidade.
Amo-te, ainda te amo [naquele local do meu coração em que te tranquei], quão doentio é isso sabendo que já não existes?!?
Ontem dei de caras com fotos tuas, agora com as mudanças anda tudo aos trambolhões...
E, como andavas "livre" assim, a porta daquele sitio cá dentro em que te tranquei, quer dizer ao fumo irreal que és, abriu uma greta...

[Dormi inquieta.
Voltei a trancá-la.]


Os meus dedos enredados nos teus caracóis, eu aninhada em ti, mais fumo que se esvai, extinguindo as brasas.
[Esvais-te, aliás, esvai-se o fumo empoeirado das memórias que és.]

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P.S.- [Apesar da cicatriz] ...
Lembro-me da última coisa que te pedi, na última carta que te escrevi

[queria-a ...] .

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