janeiro 29, 2010

Raizes Durienses


Num sofá que encara uma lareira viva, ela está com as costas recostadas num dos "braços" deste e as pernas pendentes no outro. De computador ao colo lê blogs, respira fundo e pensa.
A cadela entra sala a dentro.
Afaga-lhe a cabeça e, com um latido, ela pede-lhe que lhe abra a porta.
Fá-lo, sente o frio que faz lá fora, e volta para o sofá.
Amanhã há-de nevar, mas ela ainda não sabe isso. Há-de ficar impedida de voltar a Vila Real, mas também ainda não sabe isso. Por agora está apenas feliz por estar de volta a Santa Marta. É feliz aqui, sente-se bem, dá-lhe paz, a paz que precisa para se organizar.
Que raio é isso que se agiganta dentro de dela?
Fecha o pc.
(...)
Noite agitada, embora durma serena, sonhos turvam-lhe a mente.
Que querem dizer?
(...)
Neve. Acorda com o alerta de que neva lá fora. Corre para um mundo branco.
Anseia-o ali...
Gostava da mão dele na dela, passeando no branco.
Está difícil a volta a Vila, as estradas estão cortadas, típico.
Não é que se importe de mais uma noite nesta casa, de mais uma noite para pensar... Mas quer Vila e o colo da sua irmã.

Oriana e o branco Douro profundo.
Oriana e o abrigo da raiz que aqui tem.
Oriana e o branco.
Oriana e o imenso turbilhão que sente.

Oriana...

Borrega
(10/01/2010)

P.S.- Um obrigado especial à Loira e à sua casa


Créditos:
Cadela: Layla 25
Música: Pearl Jam
Imagem: daqui

1 rugidos:

Anónimo disse...

Também gostava que a neve me tivesse impedido de passar... [ou de sair?]
Também gostava de ter/encontrar um cantinho que acalmasse os 'turbilhões' ... por vezes dá tanto jeito...

Enviar um comentário