Põe-me o xaile aos ombros...
Porque só sou completa quando te amo.
A ti, vulto que vais e que vens...
A ti, quem és? D'onde vens?
Porque hoje quero pôr o meu vestido cinza, ser levada pela mão, qual menina...
Vem buscar-me vulto adorado e trás o xaile.
Põe-mo pelos ombros, espera-nos o fado.
Espera-nos o fado, na dorida voz da fadista.
Onde estás vulto adorado, que meu braço deixas abandonado?
Nem a fadista, que chora a saudade no canto, é solista, pois pelos braços trás as guitarras.
Hoje atira-me uma pedra à janela, qu'eu desço de vestido e tu...
... Tu pões-me o xaile aos ombros, dás-me o braço ao meu prometido e levas-me aos fados!
"Leva-me aos fados
Onde eu sossego
As desventuras do amor a que me entrego
Leva-me aos fados
Que eu vou perder-me
Nas velhas quadras
Que parecem conhecer-me"
Borrega
Créditos:
Música: Ana Moura - "Leva-me aos fados"