Estava a cair. Não literalmente. Literalmente ela estava dedicada a lavar a loiça. Sozinha. Como sempre. Mas apenas se via a cair e sozinha. Mãos suportavam-lhe o peso por poucos segundos antes de a deixar ir… Os suportes do costume abateram-se. Os pilares e as fundações cederam finalmente. Estava sozinha. Como sempre estivera. Como iria ser para sempre. E enquanto se afundava, chorava baba e ranho por ela, mas sorria, tanto quanto lhe podia ser possível, afinal, poderia ser um poço sem fundo no qual caia, mas há muito que deixara de sentir as mãos… Era sinal de que ela caía sozinha. Como sempre.
Pulga
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