abril 17, 2009

Gotas


Chove lá fora, chove a potes... Isso chateia-me, não me deixa dormir. Ainda não visitei o meu banco, a Dona Chuva, obstinada donzela, não me tem permitido tal graça...
Minto... Engano-me, ou pelo menos tento... Uso a pobre senhora como desculpa.
Não dormi, é verdade, mas não foi pelo seu som persistente contra a minha janela, mas sim pela ausência dele, pela saudade do seu abraço aconchegante. E, se ainda não me sentei por momentos contigo, se ainda não te visitei meu amigo de tantas tarde, é por pura cobardia minha...
Está a chegar a hora, em breve não mais me puderei sentar contigo, tardes a fio, sozinhos entre as árvores e os carros atarefados que passam na estrada em frente, viajando pelos meus pensamentos sem rumo. É por isso que não te visito, não é a Senhora das gotas que me impede, mas sim a dor da despedida iminente.
Espero que quando estas gotas primaveris se forem com a sua senhora levem consigo a mágoa que carrego daqui, para que me possa despedir dignamente do sitio onde cresci, para que eu possa voar em pacifica leveza rumo ao verão.


Borrega

1 rugidos:

André Sebastião disse...

Venha o Verão. Ele que venha, não é?
Mas sabes... A chuva, essa fica.
Mas no Verão já não é depressão (atmosférica), tem outro nome, mais pomposo: é chuva TROPICAL!
ahah
Deixa chover.

Há uma musica linda do Jorge Palma que é capaz de te fazer bem. De momento só estou a encontrar letra - http://somaisumpouco.blogspot.com/2009/01/vem-chuva-vem-molhar-os-meus-sentidos.html depois diz coisas. beijito

Enviar um comentário