Queria escrever, a sério, que queria. Sentia necessidades que ninguém podia descrever. A respiração estava acelerada e pesada. Avançou para o quarto, tudo gritava lembranças, apesar de apenas alguns objectos triviais que não saltavam aos olhos de ninguém, nem mesmo dela, mas ela sabia que eles lá estavam. Sentou-se em frente do portátil, e pensou como descrever os sentimentos, vagueou e rebuscou pensamentos. Nada lhe ocorria. Desligou o portátil. Teria de ficar para a próxima, quando as emoções estivessem a transbordar. Agarrou num livro, capa colorida q.b. e leu e releu. Como podia ser? Ela não tinha palavras, mas o livro expressava o que sentia perfeitamente. Agarrou-o pela lombada e atirou-o contra a parede. Podia-lhe faltar as palavras mas ela podia garantir a si mesma que tinha sentido, e quem era este autor para lhe vir arrancar vilmente tal sentimento e expô-lo nas páginas sujas?
‘Traidor’ murmurou aquele que muitos intitulam de melhor amigo, o livro. Deitou-se na cama, e sentiu que alguém a aconchegava. A cabeça inclinou-se para trás e ela adormeceu, , enquanto as colunas, em tom quase mudo, murmuravam-lhe:
‘Traidor’ murmurou aquele que muitos intitulam de melhor amigo, o livro. Deitou-se na cama, e sentiu que alguém a aconchegava. A cabeça inclinou-se para trás e ela adormeceu, , enquanto as colunas, em tom quase mudo, murmuravam-lhe:
“Nobody said it was easy,
no one ever said it would be this hard.
Oh, take me back to the start.”
The Scientist - Coldplay
Pulga