julho 20, 2009

Empty (chaotic) room

O carro seguia pelo asfalto, correndo pela noite. Os rostos iluminados pelos reflectores em que as luzes do carro incidiam. Os olhos procuravam a saída que os levasse de volta ao caminho certo, de volta a casa.
Ela procurava o caminho que a levasse de volta àquele quarto apinhado, aquele quarto desarrumado, com roupa pelo chão, com livros apinhados e apertados uns contra os outros.
Àquele quarto vazio...
Toda a noite se contorceu, por entre cãibras e gemidos, por entre sonhos perdidos.
A tua imagem de loiros caracóis molhados à minha espera cravada a fogo no cenário da minha mente, a tua voz nos meus ouvidos a ressoar, a ecoar, a atormentar. Tu, neste quarto que nunca pisaste, atormentas cada passo meu, dizimas qualquer coisa que o encha (e são tantas!). Fazendo-o parecer vazio, vazio da esperança que os dias me têm dado.
Arrumo tudo, empacoto-te, ordeno o meu quarto para que volta àquele caos organizado do costume, ao meu caos saudável, ao caos onde tu já não estás. Pelo menos não como antes...
Porque raios me atormentaste o sono se sempre me o embalaste?
Porque raios não te largo da mão?
Ahhh, já me esqueci-a! Porque eu sou assim, caótica e fã de causas aparentemente perdidas/impossíveis!

Perdidas pelo pó de meses de ausência, perdida pelo pó da descrença...

Borrega

Créditos:
Música:
Marjorie Fair - "Empty Room"

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