Lá dentro o ambiente é tão quente que custa a crer no frio que os olhos enxergam pelo vidro salpicado.
O vermelho pare o verde ou o vermelho brota do verde, isto tudo sobre o amarelo nebuloso dum manto de névoa que se dispersa à passagem.
Cabras em rebanho deambulam sob os olhos cansados e atentos duma senhora de lenço à cabeça.
Cipestres em soturno colóquio abrigam fetos em sono profundo.
Lúgubre nevoeiro adocica a beleza das serras que a chuva (re)baptiza. Envolve-as e envolve-os, dois num carro. Dois em passeio, dois em doce galdeio.
Água que brota da pedra, verde abraçando o granito, Vida jorrando a cada encosta.
A Natureza, engalanada, sai do misterioso nevoeiro, envolta em xailes "arcoíricos", de verdes amarelados, de castanhos avermelhados, até ao laranja vivo.
O carro vai parando, os seus olhos vão-se deslumbrando, as rochas vão escorregando sob as solas de borracha, a máquina vai disparando.
Eles vão rindo e falando, eles vão olhando, vendo, exultando a beleza da água que talha a montanha, numa queda sem fim, numa queda jasmim, da água em baque contra a rocha, espalhando gotículas pelo ar, num nevoeiro semelhante ao d'onde saíram.
Manta às flores pelas costas, ela protege o pescoço do frio nocturno que as rabanadas de vento anunciam. Tantas são as cores da manta como tantas são as imagens que guarda de hoje na mente, no Coração:
maior orgulho Padrinho!
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