Completamente nua...
Ao relento no telhado.
Nua..
Totalmente nua...
Pela lua contemplada.
Nua...
Pele morena, com pêlos eriçados.
Inteiramente nua...
Corpo tiritando de frio.
Nua...
Desesperadamente nua...
E nem roupa lhe bastaria para se cobrir,
E nem roupa a aqueceria...
Nua...
E, a cada soluçar, mais nua...
Desconcertantemente nua...
Alma em pêlo, de dentes rangendo...
Mendiga nua por um abraço...
Indigente por um toque...
A pequena não está sem roupa,
Não está descoberta,
Está nua! Nua!
Nua, no telhado, com a pele sendo mordiscada pelo vento abutrico da noite.
Nua, cá do alto, contemplando as luzes e os carros que passam.
Nua...
Crua...
Fria...
Nua...
Na ventania.
Estrelas, em uníssono, brilham:
Nua!
Hoje custa-lhe mais estar nua.
Contudo, não geme, não uiva.
As lágrimas só lhe porão a pele mais suculenta aos olhos do vento.
Nua...
As árvores mandam folhas em auxílio,
Para lhe serem cobertor naquele exílio, naquela vigília.
E pela noite alguém [há-de] caminha[r]...
Com a mais doce e bela seda nos braços,
Com a mais quente e fofa lã no regaço.
Segue as folhas para descobrir
Nua lá está
Esperando alguém chegar...
Nua ao luar...
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1 rugidos:
Simplismente fantástico!
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