Mais uma que te passou pela cama.
Largas-me no primeiro lixo que vês, a mim, à minha imaturidade e inexperiência, aos meus erros, às minhas facas e ao meu amor.
Segues.
Eu, toda partida, pego cacos, colo.
Ergo-me a medo, as pernas tremem.
Caio, uma e outra vez.
E tu não me vens levantar.
Já não te amo, percebo após quedas sucessivas.
Ando em frente com o que tenho (e é tanto!).
Sou comum, mundana. Continuo assim. Banal, duma pasmaceira quase irreal.
Acendo velas, peço a Deus que me ajude a mondar as ervas daninhas que tenho no peito.
Encho-o de cravos sempre que posso.
Sou carnal profana, desprovida de qualquer sentido, enquanto te tenho deitado no peito suado. Só te sinto aninhado, todo o restante pensamento, que nos salvou dum preâmbulo, foi-se naquelas três letras.
É tão bom, só te sentir.
Redenção.
Planto cravos, um mar deles.
E nesse mar, refastelo-me na areia e durmo.
Acalmo a tempestade e torno-a em ondas calmas, que beijam os cravos.
Corpo lavado.
Pesar da Alma escoado.
Coração acariciado.
Sinto-me tão melhor na minha pele, mundana, de mestiça.
Tento pôr os pés no chão e não voar nas asas da águia…
Mestiça mundana, sentada num telhado, olhando o pôr-do-sol, ladeado pelo cipreste d’onde o anjo xamã me sopra graça, me sopra fé.
Comum, banal, beijo cravos, quase especial… (Ir)real!!!
Borrega
Créditos:
"This is a dedicatory song": À Oriana, que nunca me deixes a Alma...
Imagem: by Borrega (todos os direitos reservados)
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