O homem está encostado à branca parede. Envergando o sobretudo preto por cima da t-shirt branca, as suas calças de ganga azuis, cachecol às riscas castanhas e azuis, cabelo preto desgrenhado e o rosto lívido. Descalço sobre a incólume laje branca e fria tem a arma na mão.
Um sinal rápido e a mulher sai e leva a arma com ela.
Retira o sobretudo e coloca-o sobre o imaculado lavatório. O vermelho nota-se sobre a justa camisola. Retira-a também.
Encostado à parede o homem treme e chora. Escorrega ao longo da parede até se sentar com um baque surdo.
O homem chora, treme e estremece. O sangue não é dele. O sangue não é da mulher. E ele treme, chora e estremece.
Que visão horrível! Que visão horrível para a pequena. Os homens não choram. Os homens não deviam chorar. Quando um homem chora, as coisas não têm volta a dar. Quando um homem chora, faz-lhe o coração chorar. E o seu pequeno coração chora, chora lágrimas de sangue pelas lágrimas salgadas do homem.
Pulga
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