Um dia, agarro todos os meus sonhos e todos os meus sorrisos e deito-os no poço, já que ninguém os quer...
Um dia, junto as pétalas das rosas e a ternura que trago nas minhas mãos e ponho-as às costas de uma pessoa qualquer...
Um dia, apanho o meu olhar mais doce, o meu búzio mais lindo e a concha do mar da minha infância e deixo-os a morrer de fome...
Um dia, vou dentro da minha alma, tiro-lhe todos os tesouros e os mais lindos poemas que trago comigo e rasgo-os diante de uma multidão...
Um dia, as asas dos meus pássaros baterão com tanta força que eu irei com eles, a voar... a voar...
Um dia, drogo-me, por saudade da minha ternura perdida, violento-me e violento uma menina de trança louras...
Um dia, roubo um banco, compro uma mota e fujo para o fim do mundo...
Aí dou um beijo a qualquer desconhecido...
Aquele beijo que sempre quis dar...
From: um caderno de poemas da minha mãe, achado no meu sotão poeirento.
Borrega
20/01/09
1 rugidos:
Lindo...
Beijo
Joana
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