janeiro 19, 2009

Carta de um Marginal (PARABÉNS PRIMA)

Um dia, pego na estrela que trago no coração e atiro-a à cara de alguém...

Um dia, agarro todos os meus sonhos e todos os meus sorrisos e deito-os no poço, já que ninguém os quer...

Um dia, junto as pétalas das rosas e a ternura que trago nas minhas mãos e ponho-as às costas de uma pessoa qualquer...

Um dia, apanho o meu olhar mais doce, o meu búzio mais lindo e a concha do mar da minha infância e deixo-os a morrer de fome...

Um dia, vou dentro da minha alma, tiro-lhe todos os tesouros e os mais lindos poemas que trago comigo e rasgo-os diante de uma multidão...

Um dia, as asas dos meus pássaros baterão com tanta força que eu irei com eles, a voar... a voar...

Um dia, drogo-me, por saudade da minha ternura perdida, violento-me e violento uma menina de trança louras...

Um dia, roubo um banco, compro uma mota e fujo para o fim do mundo...

Aí dou um beijo a qualquer desconhecido...
Aquele beijo que sempre quis dar...

From: um caderno de poemas da minha mãe, achado no meu sotão poeirento.

Borrega
20/01/09

1 rugidos:

Anónimo disse...

Lindo...
Beijo
Joana
(")
(")

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