outubro 30, 2009

Estados

Entra cabisbaixa, num barulho de cara muda.
Cortou qualquer conversa com ele à entrada, mas com ela não é o que quer fazer.
Atira-se à cama para não se desmanchar. Dói lá dentro, no fundo, na ferida que ele lhe fez (começa a acha-la crónica) e noutras quantas.
Pões-se em causa daquela maneira que detesta, aquela em que se reduz a nada!
Ouve-a, sabe que ela esperava mais daquele regresso. Junta forças para falar, invoca-as, contudo não chegam e cede ao cobarde apelo do corpo cansado: dormita!
Acorda, vê-a muda, cara fechada, cansada, sentida. Pega nas coisas e sai.
Ela não tem noção em como a muda presença dela era tanto.
Está sozinha e chora, desabou, porquê? Não sabe bem, não tem certezas. Mas também não tem forças para pensar nisso agora. E ela foi embora, e ela precisava dela, e ela falhou...
Quando ela voltar, tem de a abraçar, têm de falar, de desabafar...
Precisa dela, neste momento, mais do que comer...

Borrega

P.S.- À nh'irmã com Carinho, Amor e um pedido de desculpas.
Amo.te

Nota: Já não é ele que me magoa, mas o que a ferida que ele fez deixou a descoberto.

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