junho 20, 2009

Melancolia da Alma

Sob a mesa está um cálice de um âmbar doce, até demasiado doce, que se vai diluindo e clareando com o derreter das pedras de gelo.
Olha a noite, olha o céu negro. Eles contemplam-lhe a alma melancólica, a dor lancinante que lhe turva os olhos. Leva o cálice aos lábios, espera que lhe aqueça a alma.
É agridoce por natureza, a melancolia está-lhe nos genes, faz parte da sua aura natural, mas ultimamente adensou-se, tornou-se demasiado carregada. Aquela bebida âmbar, aquele licor de cor tão doce e quente é a sua tentativa de diluir o excesso de amargura. É o gelo do seu corpo.
Sente a brisa no rosto, balançando-lhe o cabelo, soltando aquele seu aroma agridoce pelo ar.
Pega no cálice e dá-lhe o trago final.


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