junho 21, 2009

Nostalgia

A lua já vai alta e cheia no céu, quando para ali foi ainda faltava para o sol se pôr. Como não deu pelo passar do tempo? O terraço é agora apenas banhado pela luz das estrelas que dançam em torno da lua e começa a ser difícil ler. Num suspiro fecha o livro e dispara para a noite:
- Sinto saudades, tantas que chega a parecer que vou rebentar. Afogo-me em memórias perfeitas dos momentos ideais que vive, não dos que estão a acontecer. Já nada sabe tão bem como antes, já nada é o antes. - Lamenta-se.
- O antes não volta, pára de remoer nisso, pára de idealizar o que poderia ser agora se não tivesse acabado. - Retribui-lhe a Consciência - Sabes bem que a vida é um fluxo unidireccional, o que já foi, lá vai. Pára de te alimentar das memórias, antes que comeces a definhar na amargura que te tomará a alma.
- Eu sei. Desculpa... Mas não é só isso que sinto. Sinto-me confusa, que é suposto eu fazer, que é suposto eu sentir?
- Oriana, não sejas tola. Não é suposto sentires, não há pré-definições, sente-se e pronto! Sê apenas a criança alegre, exuberante e impetuosa que sempre foste. Quanto a estares confusa, leva com calma. Respira, sente aos poucos as coisas, disseca-as para as perceberes, mas também não dês em doida a pensar nelas. Ri, vive, convive!
- Obrigada! - sorri-lhe a menina-mulher.

Oriana…

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