Em cima do telhado ele aconchegou-a nos braços enquanto lia do caderno. A noite embalava-os, e ela voltou a cara para poder ver-lhe a face enquanto ele a encantava com os seus textos. Enquanto virava a cara a sua voz soou-lhe mais doce aos ouvidos e a boca mais apetitosa. Ele aproximou-se e beijou-a. Deixou-se beijar. Afastaram-se. Soube-lhe bem. Soube-lhe a culpa e traição, mas acima de tudo soube-lhe bem.
Ajudou-a a descer do telhado. Despediu-se dela com mais um beijo e um até amanhã. ‘Até amanhã…’ repetiu ela mudamente. Amanhã teria de lidar com aquele sentimento, com aquela pessoa. Como podia tê-lo traído?? Sim, por vezes já o tinha imaginado, não o negava, mas afastava sempre esses pensamentos… Era uma mulher dum só homem… Mas neste momento sentia-se excremento pisado por todos.
No dia seguinte lá estava ele, traído e ignorante. Era uma festa de anos. Um amigo em comum. Entre eles estavam dois amigos. Pensava que ele a ia ignorar, mas contra a maré, olhava sempre para ela, sorria-lhe de saudades e tentava animá-la vendo-lhe o olhar triste. Ela queria contar-lhe. No final da festa. Ele que se divertisse. De repente na televisão soaram as malditas palavras. Ele olhou mesmo a tempo de a ver beijar o outro.
Ergueu-se e arrastou-a para a cozinha. Já não havia sorriso, apenas mágoa e força. Dum lado da mesa de madeira gritou-lhe:
- Como me podes ter feito isto?? Como? Sabias que estávamos quase juntos, sabias que tinha saudades tuas, como me podes ter feito isto?
- Fui louca. Ele pediu-me para sair com ele, acabámos no telhado e quando dei por mim estava a beijá-lo. Não que não pudesse. Foste tu que nos colaste aquele rótulo, foste tu que disseste que não me amavas mas que querias poder continuar a beijar-me. Não é como se não tivesses tido nenhuma outra ‘curte’ durante este tempo todo…
- Não tive. Não tive mais ninguém. Saí para me distrair. Pensei que não te amasse. Mas sabes. É aqui – murmurou-lhe apontando para a cabeça - que eu apenas te quero junto a mim, apenas te quero beijar mais uma vez. É daqui que saem todas as palavras em que acreditas. Mas é aqui – desceu até ao peito – que me dói quando vi aquilo. É aqui que me diz que talvez até te ame.
- Sabes… Eu não sei como é que aquelas filmagens foram ali parar. Mas que tenho saudades tuas, que nunca te faria isto, disso podes ter a certeza.
- Eu sei como é que as filmagens foram ali parar. – disse o outro vindo de algures. – é o trailler para aquele filme.
Nada lhe fazia sentido. Apenas as palavras a seguir murmuradas.
- Estás a dormir.
Abriu os olhos. As saudades abateram-se. Estava pronta para outro dia real.
Ajudou-a a descer do telhado. Despediu-se dela com mais um beijo e um até amanhã. ‘Até amanhã…’ repetiu ela mudamente. Amanhã teria de lidar com aquele sentimento, com aquela pessoa. Como podia tê-lo traído?? Sim, por vezes já o tinha imaginado, não o negava, mas afastava sempre esses pensamentos… Era uma mulher dum só homem… Mas neste momento sentia-se excremento pisado por todos.
No dia seguinte lá estava ele, traído e ignorante. Era uma festa de anos. Um amigo em comum. Entre eles estavam dois amigos. Pensava que ele a ia ignorar, mas contra a maré, olhava sempre para ela, sorria-lhe de saudades e tentava animá-la vendo-lhe o olhar triste. Ela queria contar-lhe. No final da festa. Ele que se divertisse. De repente na televisão soaram as malditas palavras. Ele olhou mesmo a tempo de a ver beijar o outro.
Ergueu-se e arrastou-a para a cozinha. Já não havia sorriso, apenas mágoa e força. Dum lado da mesa de madeira gritou-lhe:
- Como me podes ter feito isto?? Como? Sabias que estávamos quase juntos, sabias que tinha saudades tuas, como me podes ter feito isto?
- Fui louca. Ele pediu-me para sair com ele, acabámos no telhado e quando dei por mim estava a beijá-lo. Não que não pudesse. Foste tu que nos colaste aquele rótulo, foste tu que disseste que não me amavas mas que querias poder continuar a beijar-me. Não é como se não tivesses tido nenhuma outra ‘curte’ durante este tempo todo…
- Não tive. Não tive mais ninguém. Saí para me distrair. Pensei que não te amasse. Mas sabes. É aqui – murmurou-lhe apontando para a cabeça - que eu apenas te quero junto a mim, apenas te quero beijar mais uma vez. É daqui que saem todas as palavras em que acreditas. Mas é aqui – desceu até ao peito – que me dói quando vi aquilo. É aqui que me diz que talvez até te ame.
- Sabes… Eu não sei como é que aquelas filmagens foram ali parar. Mas que tenho saudades tuas, que nunca te faria isto, disso podes ter a certeza.
- Eu sei como é que as filmagens foram ali parar. – disse o outro vindo de algures. – é o trailler para aquele filme.
Nada lhe fazia sentido. Apenas as palavras a seguir murmuradas.
- Estás a dormir.
Abriu os olhos. As saudades abateram-se. Estava pronta para outro dia real.
'The colors have built up in my mind
They're bleeding through my heart
And nobody knows that they exist'
Blueside - Rooney
Pulga
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