Foi um dia, e outro dia, e outro ainda.
Só isso: o céu azul, a sombra lisa,
O livro aberto.
E algumas palavras. Poucas,
E algumas palavras. Poucas,
Ditas como por acaso.
Eram contudo palavras de amor.
Não propriamente ditas,
Antes adivinhadas. Ou só pressentidas.
Como folhas verdes de passagem.
Um verde, digamos, brilhante,
De laranjeiras.
Foi como se de repente chovesse:
As folhas, quero dizer, as palavras
Brilharam. Não que fossem ditas,
Mas eram de amor, embora só adivinhadas.
Por isso brilhavam. Como folhas
Molhadas.
Eugénio de Andrade
Pulga e Borrega
P.S.- O nosso muito obrigada à Prof. Margarida, que nos facultou este lindo poema sobre a mudança...
Porque nunca é tarde para mudar, basta termos fé em nós...
Porque nunca é tarde para mudar, basta termos fé em nós...
1 rugidos:
Hummmm... Remodelações? Fixe!!!
beijo
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