setembro 13, 2009

Um banco, uma noite em branco...

"Chegaste de passos apertados
Os olhos embargados
Cheios de medos teus
Pediste que te levasse a mágoa
E que te tocasse a alma olhando para os meus

Apertei-te contra ao peito, num abraço perfeito"


Um banco
Uma noite em branco
Dois num banco
Nós dois naquele banco,
Velejando aquela noite em branco.
Os teus braços eram a couraça...
Não, eram antes a âncora, que me prendia à realidade de que não podia mergulhar sem retorno nos teus olhos.
E como eu queria, e como o quero!

Outro banco
Outra noite em branco
Dois num banco
Nós dois, de novo, num banco...

Recito-te a minh'alma em meus olhares vesuvianos.
Canto-ta em meus cantos de voz rouca, voz de louca!
Minhas mãos apertam as tuas, as tuas ficam felizes cativas delas.
Solto-as, voam livres para a minha face.
As minhas, correm, urgem, para as tuas perfeitas maçãs do rosto, cuja casca é mais macia que veludo, é mais suave que seda.
Afago-tas, uma e outra vez...
Acaricio-tas, mais esta e aquela, ainda mais esta e outras infinitas vezes... Até perder a noção matemática do quanto queria, naquele momento, que aquele afago te cura-se a alma.
Enquanto isso, tu, menino perdido, trilhas o corpo da minh'alma a cada dedilhar na minha pele...

Nós dois...
Dois num banco
Uma noite em branco
Um banco
Velejando pelos nossos (sor)risos leves e felizes
Pelas nossas almas, naquela hora, em pranto, em sangria, em urgência, se tocando

Nós
Numa noite em branco
Naquele banco
As almas abraçando.

Borrega

Créditos:
Música: Pólo Norte - "A dança"

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