setembro 24, 2009

Lembrando (enquanto) esperando


Sentada num canto, daquela mesa contempla o espanto, a prosa, o encanto. Daquele canto, isolada, observa a sala, hoje não lotada, daquele café costumeiro.
O aroma prazenteiro a camomila envolve-a, na espera pela companhia. Com ela está um gato, um que não mia, um que é inanimada companhia.
Têm sido dias cheios.
Que acontecerá quando esvaziarem, que acontecerá quando os seus passos abrandarem?
Deve parecer estranha às pessoas, ali naquele canto, com um gato de peluche como companhia e escrevinhando num caderno...

Como me apetece chuva no corpo!

Vai tragando o chá, doce como as memórias d'ontem na relva, como as da noite de há dois dias...
A noite de há dois dias, balançada por'aquela voz de talento gritante, de sentimento pungente, que caminhava encantado-a e ao pequeno pássaro que esvoaçava pela sala de ensaios, enquanto o ar era cortado vezes sem conta pela capa que outro rapaz manejava.
Como o pássaro voava...

Como me apetece chuva no corpo!

Apetece-me chuva no corpo, deitada na relva, ao som daquela voz e daquela guitarra, com a tua boca à minha colada...
Apetece-me...
E tragando o chá, gole a gole, ela vai lembrando e pelos amigos esperando.

Borrega
(17/09/2009)

Créditos:
Música: Rolling Stones - "Waiting on a friend"
Imagem: Avril Lavigne

1 rugidos:

Isa Meireles disse...

mudança de ''casa'' , vou andar por este lindo espaço :)
antigo : http://peakofdream.blogspot.com

um abraço ! *

Enviar um comentário