«Escrevo porque sei que não lerás. É irónico, no entanto é o máximo que posso fazer para conter as lágrimas que ameaçam irromper de novo.
O dia raiou e como sempre acordei pela hora do costume, aquela em que pela última vez acordei contigo. Revirei-me na cama e dormi mais um pouco, foi só o que me apeteceu fazer.
Telmo, sei que vou ter que esperar bastante, estou disposta a fazê-lo, mas isto está complicado. Ver-te e não te poder tocar, quase não te poder falar, aliás aquilo não é falar, são meia dúzia de grunhidos soltos.
Deixo-te em paz e tu continuas com aquela cara desconfortável, pensativa. Dói de tão grande que é a vontade de voltar atrás e te abraçar.
Hoje não consigo ouvir ninguém, falar com ninguém, o meu corpo pede-te, agonia com a tua ausência, com a tua dor (sei que a tens). Ele parece que não aguenta esperar por ti, mas ele espera, porque é teu.
Talvez toda esta confiança na tua volta seja disparate, contudo eu sinto-a e ela, as saudades, o amor, o desejo, a amizade, a paixão e tudo o que sinto por ti são o que me corre nas veias, mais do que o meu próprio sangue. Só queria a tua voz a dizer ao meu ouvido, num gemido sussurrado, “Oriana…”.
Será que todos os domingos e manhãs de segunda, nossos momentos semanais por excelência, vão ser assim?
Diz-me por que raio te vais embora, mas cada vez que me vês dá a ideia de que, se não te obrigasses a isso, me agarrarias ali mesmo?
Se calhar é de mim, são os meus olhos que vêem nas tuas reacções aquilo que desejo.
Tenho tantas saudades. Só me apetece a tua voz, o teu cheiro, o teu jeito único e ninguém mais o tem, ninguém.
Porque havias de ser único?
I walk beside you
sempre e para sempre
Oriana»
Pousa a caneta.
Relê o que acabou de sôfrega e chorosamente escrever. Tem alguma dificuldade devido às manchas provocadas pelas lágrimas, mas lá acaba.
Volta a ler e, do nada, rasga a carta e atira os pedaços ao lixo.
Com os braços sobre a secretária a sua cabeça mergulha neles a divisão é invadida pelo pranto incessante daquela menina mulher.
“Será que ele não vê? Será que ele já não quer mesmo saber? Será que, no fim de todo aquele tempo juntos, ele ficou com a mínima noção do que é para mim?”, são as perguntas frenéticas que lhe fluem pela cabeça enquanto chora.
Oriana pecou, vergou às saudades e chora.
Oriana…
Relê o que acabou de sôfrega e chorosamente escrever. Tem alguma dificuldade devido às manchas provocadas pelas lágrimas, mas lá acaba.
Volta a ler e, do nada, rasga a carta e atira os pedaços ao lixo.
Com os braços sobre a secretária a sua cabeça mergulha neles a divisão é invadida pelo pranto incessante daquela menina mulher.
“Será que ele não vê? Será que ele já não quer mesmo saber? Será que, no fim de todo aquele tempo juntos, ele ficou com a mínima noção do que é para mim?”, são as perguntas frenéticas que lhe fluem pela cabeça enquanto chora.
Oriana pecou, vergou às saudades e chora.
Oriana…
Borrega
2 rugidos:
Obrigado pelas visitas. Adorei... embora não alcance " Oriana" só me lembro da fada... Estás a escrever um livro...
Telmo, pois é, aquele ar tão dele, tão ele, que apetece desvendar. Aquele jeito tão naturalmente sedutor...
É assim o Telmo, e seja lá ele quem for.
Revi-me na situação da Oriana :$
Mt bom texto!
Beijinho *
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