maio 10, 2009

Sonhos...

São vidros, cacos aliás, que alcatifam o chão da divisão mal iluminada em que está. Duas pequenas velas são as únicas fontes de luz e o ar é povoado pelo som dos cacos a esmigalharem sob seus pés.
Trá-las calçadas, foi ele que lhas deu. Trá-las calçadas como espera que ele tenha as dele... Naquela divisão de tantas noites, os cacos são o que restam dos seus sonhos, dos sonhos deles dois juntos.
Pára, de repente, perto da cama, a cama de tantas entregas e confidencias, algo lhe chamou a atenção por entre os cacos.
Cai de joelhos, sangram, ardem, doem, mas isso não é mais do que a expressão física do que lhe vai na alma. Pega no que lhe chamou a atenção: um nó cego... Apertou-o contra o peito, cheirava a ele. Beijou-o, sabia a ele.
Ergueu-se, os joelhos rubras gotas choravam, caminhou para a rua, misturou-se com as gentes, que no seu fluxo sem fim a guiaram até casa. Caiu na cama, manchou-a de dor e dormiu, agarrada ao nó, sonhando com aquela divisão e com ele antes dos cacos.
Fora tão feliz!


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1 rugidos:

bróculo disse...

Um dia, tenho muita esperança, que olhem para trás, e não nos apontem os erros nem se prendam á dor que foi causada, mas que sintam a necessidade de nos ter de novo perto e nos tirem daqui, como nós os tirar-lo-iamos se eles quizessem ser salvos.
Todos cometemos erros, mas todos também devemos saber perdoar.. E eu sei, que nunca é tarde, não quando a vontade é superior á partida.
Adorei o texto, o blog , mas acrescento uma coisa:
''Fora tão feliz e será incalculávelmente Feliz"
Mas não esperes só pelo amanhã, nem te baseies nas felicidades do passado, constrói a tua felicidade, luta por ela, custe o que custar, esteja longe ou perto , agarra-a com tudo !

:)

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