Enfrentou-se com a imagem no espelho. Não conseguia crer. Esticou a mão, e tocou com a na gelada superfície. Retirou rapidamente a mão. Sim, era mesmo a imagem dela. Fria como só o seu coração conseguia ser.
Lá dentro alguém que lhe prometera nunca a abandonar desabava, e ela estava ali, a enfrentar o espelho, a arranjar desculpas para o facto de não estar lá dentro, para o facto de pura e simplesmente não se forçar a falar.
‘Tudo irá melhorar. Tudo irá assentar. Voltar ao normal.’ Tentava concentrar-se nos pensamentos positivos. Outros pensamentos rancorosos lhe surgiam. Para variar, deu-lhes razão. Assentia enquanto os tentava abafar. ‘Voltar ao normal.’
Enquanto se encaminhava para os soluços, sentia mais uma vez o chão a escapar-lhe. A cada passo que dava afundava-se num poço. O poço estava a chegar ao fim. Como era confortável lá voltar.
Por ali ficaria até o egoísmo total desaparecer. Por ali ficaria até que todos se comportassem para com ela como ela se portava para com eles. Quando chegasse a altura, um sorriso rasgaria a superfície. Para trás ficava o seu poço, aquele a que mais cedo ou mais tarde ela se aconchegaria…
‘Até à próxima.’ Despedia-se do amigo de longa data, do amigo isolado. Despedia-se do amigo solitário. E afastava-se enquanto o seu coração gelado derretia às pingas.
Lá dentro alguém que lhe prometera nunca a abandonar desabava, e ela estava ali, a enfrentar o espelho, a arranjar desculpas para o facto de não estar lá dentro, para o facto de pura e simplesmente não se forçar a falar.
‘Tudo irá melhorar. Tudo irá assentar. Voltar ao normal.’ Tentava concentrar-se nos pensamentos positivos. Outros pensamentos rancorosos lhe surgiam. Para variar, deu-lhes razão. Assentia enquanto os tentava abafar. ‘Voltar ao normal.’
Enquanto se encaminhava para os soluços, sentia mais uma vez o chão a escapar-lhe. A cada passo que dava afundava-se num poço. O poço estava a chegar ao fim. Como era confortável lá voltar.
Por ali ficaria até o egoísmo total desaparecer. Por ali ficaria até que todos se comportassem para com ela como ela se portava para com eles. Quando chegasse a altura, um sorriso rasgaria a superfície. Para trás ficava o seu poço, aquele a que mais cedo ou mais tarde ela se aconchegaria…
‘Até à próxima.’ Despedia-se do amigo de longa data, do amigo isolado. Despedia-se do amigo solitário. E afastava-se enquanto o seu coração gelado derretia às pingas.
Pulga
2 rugidos:
Profundo .
As pessoas precisam de se agarrar sempre a algum pensamento "positivo" , precisam de acreditar q vao cnseguir .
Beijinho *
[P.S. - Essa imagem parece me de um poço q há na Quinta da Regaleira, em Sintra. É meeesmo giro aquilo ^^]
Um texto fantástico, repleto de sensibilidade, compreensão, repleto de amizade e apoio, aliás, como fazees sempre... Tu podes estar no fundo do teu próprio poço, mas és sempre capaz de ter uma palavra, um gesto amigo poderoso, tão poderoso que é capaz de tirar qualquer um do fundo do seu... Grande parte das vezes escolhes apoiar aqueles que te rodeiam, acabando or te afundares um pouco mais no teu "poço amigo", enquanto os outros afloram à superficie graças à tua graciosidade e capacidade de entenderes, e fazeres os que te rodeiam felizes. Quando afundas , quando chegas mesmo lá no fundo, tal como uma fénix, renasces. Muitas das vezes resnasces não só para ti, por ti... muitas vezes, e inconscientemente, renasces pelos outros, para que os que te rodeiam tenham o teu apoio. E quando estás lá no fundo não fazes o que os outros normalmente fazem, não procuras "explodir"... em vez disso preformas uma bela e quase inigualável metamorfose silinciosa... sais do teu casulo, usas as lágrimass para te "purificares" de todos os sentimentos e pensamentos que não desejas... abres as asas e voas, de novo, até ao topo do poço. Quando sais, sais como nova, mas és sempre a pulga, és sempre a minha amiga, és sempre tu!
És uma pessoa fantástica, sem igual!
Beijo
Joana
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