maio 10, 2009

Lágrimas de papel

"Não faças nenhuma parvoíce.", implorou-lhe.
E os seus olhos quase pareciam aqueles que, até há tão pouco tempo, ardiam por ela. Então assentiu:
"Não farei, prometo."
Oriana prometeu, prometer-lhe-ia tudo quanto ele lhe pedisse, até o impossível. Então continuou a tentar comer, mesmo parecendo que a cada dentada que dava na comida esta se recusava a precorrer-lhe o esófago, embora parecesse que a vomitaria no momento seguinte. E agora não chorava, apenas escrevia. As folhas eram cheias, cheias das suas lágrimas que ela não queria deixar cair, eram lágrimas de papel.
Ela ama-o. Ele foi, é e será sempre o primeiro, mas, acima disso, respeita-o enquanto pessoa, zela pela amizade que lhe tem e que não quer perder, por isso, cumprirá a sua promessa.
Está devastada, um tornado virou o seu mundo de pernas para o ar. No olho do tornado estava ela mesma, a comanda-lo. Como tinha conseguido deitar a baixo o seu próprio conto de fadas?
E uma lágrima escorreu-lhe pela cara.

Oriana...


Borrega

0 rugidos:

Enviar um comentário