Pronto, estou aqui, mais uma vez, semi-deitada no banco do meu jardim. À minha esquerda está uma das enormes pinheiras, com quem moro desde que me lembro, já as trepei tantas e tantas vezes... E, a seguir a ela, depois do corredor de alcatrão, onde vão passando os carros em grande azáfama, estende-se um campo verde. Hoje não, mas noutros dias estão lá, pastando alegremente, as ovelhas do vizinho.
Para quem passa e repara em mim, devo ser a menina do banco. Venho para aqui muitas vezes, conversar com o sol, a pinheira, as laranjeiras, que se alinham à minha frente, ouvir o canto dos pássaros que se mistura com o inconfundível arrulhar dos pombos, os latidos dos meus cães e, claro, o “zum zum” dos carros. Consigo aqui estar horas, acompanhada apenas por eles, sem pessoas...
É normal que quem nota que eu ali estou me veja, entre outras coisas, a ler ou escrever. Conto histórias a todos os meus amigos que se juntam em torno do banco, ou então invento-as, num pedaço de papel, ao som das suas vozes.
Na varanda da minha casa está um banco a contemplar o jardim. Ele é de metal, com formas encaracoladas nas costas e braços e o seu tom branco foi envelhecendo com o passar do tempo. Mas, apesar de velho e frio, é nele que me podem encontrar nos dias em que o sol brilha feliz no céu.
Ao meu banco, para que todos saibam como me orgulho de ser a sua menina!
Borrega
1 rugidos:
Profundo...
Por vezes precisamos, de facto de ter momentos a sós, momentos para reflectirmos sobre a nossa vida, passado, presente e futuro...
Beijinho
Joana
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