"What have i become?
My sweetest friend
Everyone I know
goes away in the end"
Hoje está menina, calças de ganga e camisola preta, os imensos caracóis aconchegam-lhe o rosto, escondem-no naquele misterioso nevoeiro azeviche., "tal qual" antigamente.
Abana a cabeça, mandando as lágrimas para longe. Uma aterra, esfericamente perfeita, na manga negra. Pega-a à ponta do seu indicador, leva-a à boca.
Prometi,prometi-te, prometemos... Promete-se tanto quando se ama, até quando apenas nos deitamos em silêncio e nos entregamos...
Promessas de raízes até à alma que depois, um dia, eventualmente, cortamos com catanas aguçadas.
As raízes ficam, sempre, para sempre. Pelo menos para mim é assim.
As nossas estradas já estão tão distantes, sem qualquer tangência. Já não te conheço, nem tu a mim. Mas há coisas que nunca mudam, então eu continuo a fazer promessas de raízes na alma, mesmo sem dar conta, como aquelas que são feitas no agasalho dos lençóis calados e sedosos. Continuo a ter esta capacidade inata para magoar(-me), para desiludir(-me)... Continuo a ter, aliás, o meu coração continua a ter esta capacidade aflitiva de se entregar e prometer aos outros e a si coisas que a minha mente leva muito mais tempo a racionalizar.
Oiço country...
Gosto, tenho fascínio, por coisas antigas, ar decadentemente elegante, por coisas "estragadas". Divirto-me a analisar situações e pessoas, porque nas imensas horas da noite já me cansei de me analisar.
Ouço rock...
Gosto de fotografia, de campos tão planos e infindáveis que chega a meter fastio, de "dançar" do meu jeito descoordenado e desajeitado no meio do milho. Gosto de caminhar e de andar de bicicleta.
Oiço grunge...
Gosto de livros e de morangos, gosto de cravos e de comer melancia sob o sol escaldante do Ribatejo, do mar e de rodopiar à beira deste, do pôr-do-sol, do Tejo.
Ouço metal...
Gosto de policiais, de cães e começo a gostar de gatos. Gosto de guitarras, de ir ao cinema e apanhar uma overdose de pipocas, de chocolate, de cozinhar.
Oiço
pop...
No fundo, sou uma menina que gosta de pôr cara de má e parecer dura e depois, quando essa máscara cai e se vê a porcelana rachada, chora sem fim...
Gosto do colo de quem amo, gosto de dar colo a quem amo. Gosto de andar de coração nas mãos e de fazer promessas...
Hoje está "tal qual" antigamente, vestida de um preto docemente protector. Sente-se crescida, um pouco mais crescida. Tem é de aprender a lidar com esta inata capacidade do seu coração se dar e prender, de se prometer antes dela, por vezes, saber.
"I will let you down
I will make you hurt"
Borrega
P.S.- To my Sis'...
To Pipa...
To Lau...
To Jojo...
To Nuno...
To Oscar...
To Claúdio...
And a few more...
Thanks for all...
Créditos:
Música: Johnny Cash - "Hurt"
Imagem: daqui